E A NOSSA PALAVRA PERDIDA?

Há muito tempo, a Maçonaria deixou de ser operativa para ser especulativa, isso para não dizer que hoje está para contemplativa. Irmãos com conhecimento de causa tornaram-se “invigilantes” nos propósitos que abraçaram – permitindo à vaidade tomar conta de si. As reuniões e os ritos também se tornaram coisas banais e corriqueiras, deixando de dar inflexão ao que é realizado entre colunas.

Nós, irmãos espalhados por toda a orbe terrestre, deveríamos manter e atuar com os nossos rituais. Ele nos ensina, orienta pela repetição a moldarmos as nossas atitudes. Eles são referenciais para um novo tipo de moldura que buscamos sempre. Mas são apenas referências. As demais atitudes são nossas, oriundas desse aprendizado. Em se tratando de Brasil, basta que todos – em cada uma das milhares de lojas espalhadas em seus Orientes – acordem desse anonimato vencido. Vamos à sociedade! Não esperemos que a sociedade venha até nós. Devemos manter nossa discrição. Porém, que sejamos ativos, homens destinados realmente ao bem comum: na sociedade e pela sociedade. Relevante é sermos coautores, personagens ativos de um mundo melhor. Relevância é sabermos atuar e o mais importante: como atuar. Devemos sair da letargia burocrática criada por pura vaidade.

Para darmos continuidade a este trabalho, é importante entender que a “palavra perdida” sempre será perdida para quem não for um buscador.

A palavra perdida é o verbo que era no princípio. É o algoritmo da criação que confere ordem ao universo e determina como a existência pode se dar. Quem conhece a palavra, compreende a natureza da qual participa e sabe onde está pisando. A descrição pitagórica da palavra perdida é [ 1+ 2 + 3 + 4 = 10]. Com essa descrição, percebe-se que não foi a palavra que se perdeu, mas sim a capacidade de interpretá-la.

Durante a minha caminhada na senda da Luz Maçônica, e baseado no que aprendi através de muito estudo e pesquisas, as “pedras” que tanto mencionamos em nossos estudos, como “a Pedra Filosofal”, a “Pedra Oculta”, para citar algumas, estão inseridas à Palavra Perdida. Na queda do homem, a consciência foi ampliada e a superconsciência foi adormecida. A superconsciência é a Pedra Filosofal. Com ela, o homem é capaz de ver além do véu, de viajar pelos 7 planos de sua existência, em especial pelos planos etérico, astral, mental, podendo subir ao nível do despertar de todos os sentidos ocultos, passando pelas entidades da Alma-Humana, Alma-Espírito, unindo-se à Mônada, ou seja, abrem-se os sete olhos. Todo aquele que, através das iniciações, tiver as competências abertas, tiver encontrado a Pedra Filosofal, despertando-a através de apenas um único meio, será capaz de viver consciente como já vive hoje, mais ainda, porém, hiper conscientes, pois toda iniquidade é removida no despertar e levantar da serpente no deserto. Acredito que isso é apenas sinopse e não podemos neste ato nos aprofundar além disso. É importante que cada um descubra por si só, através da meditação e estudo de si mesmo, o despertar dos sete olhos, para que tenha condições de estar debaixo ou embaixo da Figueira e da Videira: Árvores da Vida.

Lamentavelmente, além das diversas mudanças feitas por alguns dirigentes de nossa Instituição, querem também “desmistificar” a Maçonaria. E mais ainda: “quem discordar, que adormeça em nossas Colunas”. Talvez seja essa a maior afronta que já vi na democracia Institucional Maçônica. E já que o Breviário é o próprio Iniciado, as mudanças estão ocorrendo porque atualmente não se ensina a diferença entre Iniciado e Neófito. O Iniciado é aquele que deixa de ser profano por vontade própria, é trazido para o Templo, passando por ritos iniciáticos, pelos quais e sob juramento severo, lhe é confiado as chaves, sinais, toques e palavras que lhe permitirão acessar um lugar “secreto”, que oculta dos olhos dos profanos um conhecimento “místico”, superior. Esse conhecimento não é passado sem esforço.

Não vamos apenas refletir, mas também, fazermos uma tomada de decisão, em busca de um norte de ações que reconduzam nossa Ordem ao lugar que lhe compete na história da humanidade. É tempo de arregaçar as mangas e trabalhar em prol da Maçonaria e aos estímulos e preparação dos Maçons e não se recolher aos gabinetes e se perder em disputas políticas, cujo pano de fundo é meramente a vaidade e a disputa pelo poder.

Para finalizar, é importante esclarecer, que a expressão “Palavra Perdida” aparece nos rituais do Terceiro Grau, onde também se fala da perda dos verdadeiros segredos do Mestre Maçom.

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